Thursday, August 30, 2007

Mais Titânio

Chegaram os restantes parafusos de rotor.

Houve então que os montar.

Infelizmente a balança estava sem pilhas pelo que não deu para ver qual o ganho exacto.

Parece-me essencial usarem-se chaves de qualidade e capazes de medir o respectivo aperto.



Moer um parafuso de Ti é mais fácil do que furar uns Schwalbe Nobby Nic.

Depois há que seguir a recomendação do fabricante quanto ao aperto e garantir que a chave entra na ranhura na posição vertical. Um pequeno ângulo e estamos a arranjar problemas...



Como já tinha referido antes o efeito estético também é interessante.

Antes estava assim:


Agora ficou assim:



Agora está na hora de ir passear a novidade. Seguramente que não se vai notar mas grão a grão...

Wednesday, August 29, 2007

Treinar... ou Treinar?

Não tenho grandes antecedentes desportivos nem sou particularmente dotado.

Dignos de nota são uns 6 meses de treino diário de atletismo de velocidade quando tinha 18 anos e 2/3 anos de treinos intermitentes e irregulares de atletismo de fundo, ciclismo e natação (triatlo) por volta dos 32 anos. Aos 35 anos fiz uma Maratona pedestre que terminei em 2:52:21 e a partir daí foi-me difícil encontrar motivação para me atirar para outros objectivos.

Em Março de 2006 comecei a dar uso à BTT de 1996 e à bicicleta de estrada de 1995 que tinha na arrecadação. Por motivos que se devem prender com uma crise de meia idade (faço 41 brevemente) ou algo assim, tenho mantido uma consistência de treino impressionante. Não estive sem treinar mais de 2 dias seguidos apesar de viagens, quedas, gripes, etc...

Claro que a vida profissional e familiar deixa pouca margem por isso muitos são os dias em que o meu "treino" mal ultrapassa a meia hora. Por outro lado o corpo e principalmente o espírito já não aguentam grandes loucuras do lado da intensidade e nem sempre (praticamente nunca) se dorme o suficiente.

Como me preparo para ser pai pela segunda vez (data prevista - 4 de Outubro) é evidente que se aproximam dias em que não vou poder treinar e sente-se cada vez mais a chegada do momento em que inevitavelmente passarei 2 ou 3 dias seguidos sem pedalar.

Confesso que ando angustiado com essa ideia. Não é que treinar seja um vício. Os vícios são irracionais mas esta sensação é bem racional. Conhecendo-me como conheço sei bem que um período de paragem absoluta me irá destruir o estado de forma razoável em três tempos. É desfazer em poucos dias o trabalho de meses e como já não vou para novo estou certo que nunca mais voltarei ao mesmo nível.

Tinha previsto parar o treino sistemático no fim de Maio e não parei (apenas deixei de fazer séries e dieta). Adiei para Julho mas cá ando eu. Agora estou a tentar passar a apenas 3 sessões semanais a partir de Setembro mas sei que não vou ter coragem.

A Blur XC tem-me dado um gozo imenso e a culpa do vício também é dela. Ando a repetir umas voltinhas que já tinha percorrido mil e uma vezes com a rígida e os tempos que ando a fazer apontam para ganhos sistemáticos de 1km/h para níveis de esforço equivalentes.

Monday, August 27, 2007

Primeiro Sucesso

Ontem participei no passeio de Terrugem. 37 kms de trilhos variados, sobe e desce não muito exigente, muitíssima pedra, percurso marcado e andamento livre. Como habitualmente, há sempre um grupo mais espevitado que encara as coisas como se uma prova fosse e pelo menos esses acabam por meter um andamento a 100%.

Como tenho feito pouco treino de qualidade, aproveitei a oportunidade para fazer cerca de duas horas de esforço intenso e fui com o objectivo de ir a dar o máximo.

Decidi partir com um andamento contido mas suficientemente forte e logo se seleccionou um grupo líder de 4 que foi ganhando algum avanço. Esse avanço viria a perder-se na totalidade devido primeiro a um rebanho de ovelhas (!) que durante 3 minutos obstruiu completamente o caminho. Depois seguiu-se um problema de marcação do percurso que obrigou a voltar para trás uns bons 500 metros. Quanto às ovelhas foi bastante incómodo ver alguns dos bichos a saltar sobre a minha roda da frente e outros, em pânico, a baterem-me na bicicleta com a cabeça. Por pouco não caí.

Nesse processo complicado ficamos 3 na liderança mas, pouco depois, um furo reduziu a frente da “corrida” a dois. Foi nessa altura que se começaram a fazer sentir as maiores dificuldades técnicas e físicas e o avanço foi progressivamente aumentando.

Foi então possível analisar o desempenho da bicicleta face a um concorrente directo (com uma rígida) que aparentemente estava com um andamento muito próximo do meu.

Infelizmente para ele o percurso tinha zonas trialeiras muitíssimo exigentes e a Blur XC fez a diferença. Se a rolar não o conseguia sacudir da roda e a subir, apesar de nunca ter forçado muito, ele parecia firme, no que toca às descidas a diferença era abissal. Quanto mais exigente tecnicamente maior era a distância que lhe ganhava. Depois, fruto do meu andamento contido, recolava com crescente dificuldade (muitas das vezes também por causa da minha insegurança na interpretação das poucas marcações existentes).

Os sinais que ia dando não eram de facto dos melhores (praticamente nunca puxou, limitava-se a seguir na roda) e cedo percebi que seria uma questão de tempo até conseguir escapar-lhe. A folga sobre o terceiro era grande, eu sentia que estava melhor e ele regia-se pelo meu andamento por isso optei por não correr riscos, conservar energias e esperar pelo momento mais adequado para resolver a questão mas não deixando de aproveitar os pontos em que a bicicleta me dava vantagem para o desgastar mais. Evitei levar a decisão para um sprint porque, quando o adversário é 20 anos mais novo e se apresenta com os pelos das pernas bem rapadinhos, pode acontecer que as coisas não corram muito bem por essa via.

Já perto do final houve que atravessar um ribeiro a pé ao que se seguia uma subida com piso relativamente fácil (apenas uns quantos “degraus” não muito altos) mas pouca inclinação. Um elemento da organização entretanto avisou-nos que faltava muito pouco para terminar. Como vinha a contar com mais distância, trazia ainda alguma frescura física e claro que a bicicleta também me poupou bastante.

Não fiz um ataque fulminante mas meti um andamento duríssimo e ganhei cerca de 30 segundos com alguma facilidade. Depois foi só controlar até ao final.

Não tenho nenhuma dúvida em afirmar que, com uma rígida, nem por sombras teria chegado ao mesmo resultado.

O VPP fez-se sentir muitíssimo nas subidas mais técnicas, mastigando os obstáculos com afinco. Infelizmente a curta distância do eixo pedaleiro também quis aparecer na fotografia e, como consequência, penso que bati com o pedal em pedras ou mesmo nos limites de alguns buracos pelo menos umas cinco vezes.

As rodas também brilharam garantindo um retorno rápido à velocidade de cruzeiro após cada obstáculo.

Concluindo diria que a bicicleta se revelou perfeitamente ideal para este tipo de percurso.



Foto: cortesia de www.filipaqueiros.com

Friday, August 24, 2007

Pesadelo revisitado

No passado dia 20 de Maio participei nos 50 kms da Volta ao Concelho de Mafra. Por muitos e variados motivos é a minha prova favorita. Em 2006 disputei-a pela primeira vez tendo terminado em 4.º lugar para minha enorme surpresa, principalmente porque tive uma queda feia e acabei por fazer quase 15 kms sem líquidos por ter perdido o bidon aquando do acidente.

Este ano preparei-me especificamente para ela, dando-me ao trabalho de reconhecer por várias vezes grande parte do percurso. Fisicamente penso que estava no meu melhor. Não só bati alguns records pessoais em percursos de teste de bicicleta de estrada como tinha alcançado um peso muitíssimo baixo (66 kg para os 1,83m que tenho de altura), ideal para uma prova deste tipo com subidas longas e particularmente inclinadas.
A acrescer ao conjunto penso que estava tecnicamente bem mais "maduro" na bicicleta (infelizmente ainda a rígida com 11,5 kg).

De início o pulsómetro não funcionava devido às interferências no local de partida. Ainda assim não me incomodei demasiado e lancei-me à primeira etapa com a moral no máximo. Como habitualmente, os mais fortes participantes na prova longa (100km) cedo revelaram os seus melhores níveis de preparação e desapareceram pelo caminho fora. No entanto penso que terminei a primeira etapa bem nos 10 primeiros absolutos com a certeza de que à minha frente seguiam poucos oponentes na distância curta.

Já num terreno bem conhecido sugiu outro problema. Um pequeno ramo enfiou-se na cassette fazendo saltar as mudanças. Perdi um minuto a retirá-lo e quando me preparava para enfrentar a pior subida entrou-me um prego de 10 cms pelo pneu de trás a dentro. A mudança de câmara foi rapidíssima mas para meu desespero a botija de CO2 ficou mal encaixada o que me impediu de encher o pneu com uma pressão minimamente adequada.

Acabei por fazer a subida mais longa a 5/8 km/h e a sentir o aro a bater em tudo que era pedra ou tronco. Só no final desta, depois de ter estado parado bastante tempo, houve alguém que me emprestou uma bomba que lá serviu para meter o pneu a 20/30 psi. Recuperei muitos lugares tendo terminado em 19.º. Pelas minhas contas, retirando o tempo perdido nas paragens e na subida tinha seguramente ficado numa das 3 primeiras posições.

Enfim... ficou provado que por muito bem que se preparem as coisas, há factores que escapam totalmente ao nosso controlo.

Hoje decidi-me a voltar ao local do furo e tentar encontrar o maldito do prego porque se meteu na cabeça que queria ficar com ele como símbolo da incapcidade que temos para gerir tudo o que se nos depara. Uma ideia meia parva? Talvez...

Decidi lá chegar fazendo em sentido contrário a tal subida que percorri quase a passo na prova. Ora feitos 30% da descida arranjei maneira de fazer um rasgão no pneu traseiro e não houve selante que lhe valesse. Como senti que ainda havia latex líquido no interior do pneu, arrisquei e gastei a única botija de CO2 que tinha mas claro que o furo não vedou.

Restou-me subir tudo de novo a pé e beneficiar da ajuda de algumas pessoas da povoação mais próxima que me ajudaram emprestando-me uma bomba poupando-me ao esforço e à vergonha de arrastar a bicicleta por cerca de 5kms até à estação de serviço mais próxima.

Importa referir que sem antes desmontar a válvula do aro é praticamente impossível retirar de lá o pneu sem desmontas.

Enfim... o pneu montado sem câmara resistiu a 200kms de violentos maus tratos mas não sobreviveu às más energias daquele local.

Mas hei-de lá voltar... fica prometido...

Figueira da Foz

Passei uns dias na Figueira da Foz e tive oportunidade de realizar algumas actividades interessantes.

Dei o primeiro banho de lama na bicicleta, montei os pneus sem câmara, coloquei alguns parafusos de titânio e principalmente beneficiei da amizade espontânea das pessoas que lá conheci.

Tive direito a uma volta guiada pelos magníficos trilhos locais e à assistência técnica duma autoridade nacional no que toca a material. Pessoas que têm uma satisfação incrível em ajudar os outros a ponto de nem ter mais palavras de agradecimento.

Como remate lógico, no último dia atirei-me à descida rainha dos trilhos que por lá conheci e a conclusão é que dificilmente encontrarei outra que se adapte tão bem às minhas características. Não excessivamente inclinada, com obstáculos quanto bastem mas sem nada de transcendente, curvas relativamente abertas mas a merecer alguma atenção, um saltinho de aterragem fácil em que só não voa quem vier a menos de 20 à hora. Enfim... Já estou com saudades...

Essa descida era feita em sentido contrário na prova de 24 horas de 2006 por isso quem lá foi sabe do que estou a falar.

Para lá chegar basta perguntar na povoação da Serra onde fica o cemitério. A descida inicia-se pelo lado esquerdo.

O final fica junto à rotunda da circular logo abaixo do Foz Plaza.

Infelizmente a resolução do Google Earth para este local não é das melhores.

Tuesday, August 21, 2007

Montagem sem Câmaras (Cont.)

Reduzida a pressão dos pneus para 40 psi chegou a hora de fazer o teste definitivo.

Os resultados são muitíssimo bons mas infelizmente uma constipação impediu-me de produzir fisicamente mas isso acabou por não prejudicar demasiado o teste.

Começo por dizer que o conforto era tal que parei duas vezes para me certificar que não estava furado. A aderência a subir então é excelente mas, apesar de tal parecer um paradoxo, a rolar os pneus parecem incrivelmente soltos.

A descer arrisquei e atirei as rodas para locais que contornaria. Posso mesmo dizer que promovi alguns embates laterais em pedras e raízes mas tudo ficou como estava antes apesar de estar à espera do pior.

Por outras palavras, repetiram-se ou acentuaram-se as sensações do primeiro teste mas com a bicicleta a saltar muito menos em descidas de piso irregular. Aliás penso que salta menos do que fazia com câmaras.

Entretanto pesei a bicicleta na balança habitual que infelizmente só marca até às centenas de grama e constatei que devo ter ganho mais de 150 gramas pelo que a bicicleta deverá estar a pesar um pouco menos de 10,8 kg. convém aqui dizer que não fui nada poupado no selante.

Uma troca de desviador, cassete e alguns parafusos irão trazer o peso para as redondezas de 10,6 - 10,7. Para baixar aos 10,5 kg mantendo alguma da versatilidade da bicicleta só recorrendo a rodas um pouco mais frágeis.

Titânio???


O titânio (Ti) é um metal que produz ligas com propriedades muito interessantes.

Destas destaco a resistência à corrosão e o baixo peso.

A primeira é para mim a mais relevante dado que tipicamente rolo por locais onde existe alguma próximidade com o mar e a corrosão é incontornável. Por exemplo o parafuso de fixação do anel do tubo de selim já apresenta evidentes sinais de oxidação.

Se no processo de protejer a bicicleta de tais agressões se puderem perder alguns gramas tanto melhor.

O parafuso da direcção e os do poste de selim Syntace P6 são de Ti de origem o que já não é mau.

Entretanto adquiri quatro parafusos para fixar as pinças de travão e um conjunto de 6 para os rotores. Confesso que não os pesei por isso não sei quantos gramas perdeu a bicicleta.

Seguem-se mais um conjunto de 6 para o outro rotor e seguramente um para o anel de fixação do tubo do selim. O avanço Syntace F99 também merece algum investimento embora me pareça que os parafusos já terão um nível de protecção bem razoável.

Atenção que ao contrário do inox, o Ti exige algum cuidado acrescido na sua utilização como parafusos nomeadamente:

1 - usar uma massa própria para evitar que as roscas fiquem presas;

2 - nunca fazer apertos com chaves de má qualidade e usar uma alavanca de torque para que se respeitem escrupulosamente as forças recomendadas.

O efeito estético também é bem interessante como se evidencia na fotografia seguinte. Além dos parafusos, também o aperto é feito numa liga do nobre metal.


Saturday, August 18, 2007

Montagem sem câmaras

Hoje arranjei maneira de deitar a mão a dois kits de conversão tubeless da DT Swiss.

Fartíssimo de furos lentos e perfurantes dos Nobby Nic, não hesitei em dar-lhes uso imediato.

Primeiro fui ao site http://www.notubes.com confirmar se os Schwalbe são compatíveis com montagens sem câmara. Parece que sim... Ainda bem. A DT Swiss entretanto afirma que o kit só é aplicável a pneus do tipo UST. Decidi não dar demasiada importância a esse facto até porque os Nobby Nic, mesmo montados com câmara, depois de cheios encaixavam no aro de forma tal que para os retirar após um furo era preciso empurrá-los com alguma força para se soltarem. Excelentes indicações de compatibiliadade portanto.

Segui as instruções à risca mas cedo percebi que só com uma bomba de pé talvez até lá chegasse mas ia perder muito tempo e muito selante...

Assim, instalei as fitas enchi (com a bomba de pé) os pneus até à pressão máxima que consegui (não chegou a 25psi) e repeti o processo umas quantas vezes até porque o ar se escapava totalmente em poucos minutos. Mesmo após estes trabalhos havia sempre uma zona ou outra em que o lado do pneu não contactava o aro.

Peguei nas rodinhas e no material, meti no carro e fui a uma bomba de gasolina bem espaçosa e calma. Foi o melhor que fiz...

Após recolhida a respectiva autorização do empregado, enchi de imediato os pneus até aos 45psi e ambos estalaram no processo indicando que a borracha já estaria muito melhor "acamada" apesar das evidentes fugas. O pior é que havia um rasgão bem grandito no pneu de trás.

Mesmo assim arrisquei e lá foi o selante para dentro.

Assim que meto ar na roda da frente levei um banho de latex que saía abundantemente pelas bordas do aro mas fui agitando o pneu e as zonas de fuga reduziram-se a um único ponto que mesmo assim estava bem difícil de se resolver a calar. Já em desespero decidi meter mais ar e o pneu estalou de novo e foi o fim da fuga. Ficou com próximo de 50 psi.

O de trás aparentemente estava tão bem encaixado que só perdeu latex pelo tal rasgão. Depois de muito vira e revira lá se deixou estar sossegado. Ficou igualmente com a mesma pressão (50 psi).

Chegou então o desejado momento do teste que, seguindo as instruções sobre o assunto, foi feito de imediato porque há que rodar as rodas tão brevemente quanto possível.

Primeiro há que dizer que normalmente ando com 40 psi pelo que usar pressões próximas de 50 criou algumas dificuldades de análise.

Vamos então por partes...

Conforto - apesar da maior pressão pareceu-me, repito, pareceu-me que o rolar era mais confortável. Mais não digo porque é uma sensação difícil de definir. Uma coisa porém é certa. Mais 10 psi deveriam ter resultado na sensação contrária e de facto a descer em zonas acidentadas notei que a bicicleta saltava mais. Curiosamente, em terrenos mais normais os 50 psi não se fizeram sentir.

Resistência ao rolamento - aqui o ganho foi evidente mas pode-se ter devido todo à maior pressão

Aceleração - meu Deus, que diferença. Quando já tinha uma bicicleta que se evidenciava por esse lado (rodas, pneus e câmaras leves e rigidez lateral) nem queria crer que ainda era possível melhorar o que para mim já era óptimo. 3 pedaladas e a bicicleta sai disparada.

Subidas longas - repeti uma subida que tinha feito dois dias antes e subi-a nitidamente mais rápido para um esforço semelhante apesar de ter notado os tais 50 psi a tirarem-me tracção (e segundos) nas zonas mais trialeiras. A subida é longa (demora próximo de 12/14 minutos) e tem zonas com um coeficiente técnico alto. A coisa mais notória foi que estava de facto a meter mudanças mais pesadas uns metros mais cedo após as rampinhas trialeiras que se sucediam.

Comportamento da roda da frente em curva - este assunto preocupava-me e hoje decidi fazer umas quantas curvas à procura do limite do pneu. Posso mais uma vez estar a ser influenciado pelas circunstâncias mas é um facto que curvei mais depressa. Isso é relativamente fácil de verificar quando se passa no mesmo local em dias seguidos.

Enfim... amanhã vem a prova definitiva visto que os pneus vão para 40 psi. Por enquanto está tudo bem e ao tacto os pneus estão tão duros como quando os enchi da última vez.

Quanto aos furos tenho muitíssima esperança que pelo menos diminuam a frequência que neste momento se situa em 1 por cada 70 kms.

Fica a pergunta razoável: porque raio se usaram os 50 psi na primeira montagem sabendo-se que uma das grandes vantagens desta solução é precisamente a possibilidade de se rolar com pressões mais baixas (no meu caso algo em torno de 35 psi)?

Simples. Não li isto em nenhum lado mas o facto dos pneus terem já 500 kms às costas e um historial de furos e rasgões levou-me a pensar que haveria vantagens em "esticar" a borracha ao máximo para que os potenciais pontos de fuga de ar fossem ligeiramente maiores forçando mais látex a navegar para lá para os tapar. Após baixar a pressão os orifícios ficam mais bem vedados (com mais látex) do que ficariam se não se usasse este processo. Por outro lado quanto maior a pressão à partida mais "colado" ao aro fica o pneu.

Mais conclusões brevemente...

Thursday, August 16, 2007

500kms depois, o que correu melhor (Cont.)

O Funcionamento das Suspensões

O sistema Virtual Pivot Point é de facto surpreendente em termos de eficácia. Se a descer é extremamente reactivo ao terreno mantendo a tracção sempre a níveis máximos, a subir então estamos a falar dum esquema que, apenas baseado na sua própria engenharia de base, reduz o efeito da pedalada a ponto de ser dificilmente detectado.

Apenas a pedalar em potência em pé me pareceu recomendável o uso do Propedal do Fox Float RP23 que, como se sabe, reduz ao mínimo o efeito da pedalada na suspensão traseira sem destruir muito a sensibilidade do amortecedor.

11 anos de bicicleta rígida fizeram-me esperar o melhor e o pior duma suspensão total. O VPP revelou-se como uma solução impensável que fornece soluções aparentemente irreconciliáveis.

Outra surpresa muito agradável foi a Reba Team que, assim que afinada de modo a emparelhar com a suspensão traseira, começou a revelar comportamentos muito mais interessantes do que aqueles que exibia na rígida. A bicicleta passou a oscilar paralela ao solo quando na rígida pivotava na roda traseira o que se traduziu ao mesmo tempo em suavidade e capacidade de absorver grandes obstáculos.

Com o passar dos quilómetros fui-me habituando a usar cada vez menos o Propedal principalmente depois de acertar no SAG ideal que no VPP determina muito o adequado funcionamento da suspensão. Curiosamente ou não também uso menos o bloqueio da Reba. Basta que o terreno tenha alguma exigência técnica (e nem tem que ser muita) que de imediato desbloqueio as suspensões para maximizar a aderência.

No passeio da Fexpomalveira que fiz há 5 dias as subidas técnicas sucediam-se e era incrível o terreno que eu aí ganhava ao pessoal das rígidas quando em estradão ou alcatrão pareciam ter um andamento em tudo semelhante ao meu.

O Propedal foi colocado em posição 3 para que desse o máximo efeito de bloqueio. Já que o uso pouco, e só mesmo em condições especiais, então que se sinta na sua máxima eficácia.

Wednesday, August 15, 2007

500kms depois, o que correu melhor

Voltemos a recordar alguma informação.

Santa Cruz Blur XC
Ano: 2007
Cor: Preto Anodizado
Sistema de suspensão: VPP – Virtual Pivot Point
Amortecedor: Fox Float RP23
Tamanho: L
Início do teste: 1 de Julho de 2007
Final do teste: 05 de Agosto de 2007

Peso Total: 10924

Locais: Ericeira, Monsanto, Serra de Sintra e Nisa

Após 500kms feito o balanço do que correu menos bem, está na altura de começar a referir os pontos fortes.

Não vou alongar-me demasiado até porque este assunto gera paixões que naturalmente acabam por prejudicar a objectividade de qualquer análise.

- Rodas

A combinação DT Swiss que reúne 32 raios Aerolite por roda, cubos 240S e aros XR4.2D é seguramente responsável por muitas das boas sensações transmitidas pela bicicleta. Rigidez, resistência, leveza e baixo atrito são propriedades que tipicamente não vão ao mesmo restaurante. Ora neste caso pare que não só se sentam na mesma mesa mas também escolhem a mesma refeição.

Se só pudesse referir uma consequência física das características destas rodas ela seria “acelaração”. Quando num terreno rolante se depara com uma pequena subida de poucos metros mas já com alguma inclinação, basta dar umas quantas pedaladas vigorosas em pé pouco antes dela que a bicicleta é autenticamente “cuspida” para a frente percorrendo logo meia subida até que a inclinação se comece a fazer realmente sentir nas pernas. Aí basta manter a pressão nos pedais e de repente a subida acabou e podemos retomar o ritmo anterior.

Sempre me ensinaram que isso se deve às rodas mas gostava muito de o confirmar montando um par diferente e indo para terrenos bem conhecidos à procura de mudanças de comportamento. Por enquanto continuarei a acreditar que a culpa é das rodas.

Quanto aos efeitos das agressões do terreno, não há mossas nem torções visíveis. E a a zona da Ericeira não é propriamente meiga quanto a projecções de pedras já com algum tamanho.

Estou muito curioso de ver entretanto como vai ser a resposta dela à montagem sem câmara que se avizinha.

Sua excelência a lama

Hoje de manhã choveu bastante.

Estando eu na Figueira da Foz por uns dias, fui dar uma volta na Serra da Boa Viagem.

Já ontem lá tinha ido e confesso que gostei mais das vistas do que dos trilhos. Não conheço nada e por isso limitei-me a procurar caminhos indo invariavelmente parar aos estradões clássicos. O piso era bom exceptuando um ou outro ponto com areia.

Hoje o cenário era outro. Em alguns estradões a lama era uma constante e assim deu para começar a ver como se comporta a bicicleta neste ambientes.

Infelizmente a pouca exigência técnica limitou muito a precepção que tive da bicicleta.

Destacou-se:
1 - o papel do sistema de suspensão e do pneu de trás na aderência a subir;
2 - alguma insegurança na transmissão de trás com uma mudança ou outra a saltar mas provavelmente deveu-se à notória falta de lubrificação na corrente e ao facto de não ter optimizado a afinação depois da agressão de domingo passado em que me fartei de mexer no afinador;
3 - o comportamento em curva dos pneus que, para grande surpresa minha, aparentemente mordem melhor o terreno nestas condições;
4 - o funcionamento impecável do conjunto pedaleiro/desviador da frente ambos Shimano XTR que, comandados pelo manípulo rotativo SRAM XO via cabos Nokon, se riram da lama com desprezo;
5 - o funcionamento dos travões Magura Marta SL que apenas diferiam do habitual porque no início das travagens emitiam um ruído ligeiramente diferente.

Não deu para testar a eficácia dos pedais porque não pus o pé no chão uma única vez mas não é necessário ser-se um cientista para perceber que para os eggbeaters da Crank Brothers a lama é um tema perfeitamente irrelevante.

Sunday, August 12, 2007

"Passeio" Fexpomalveira

Hoje tive oportunidade de participar no 3.º passeio da Fexpomalveira.

Trata-se de um evento interessante porque, apesar de ser alcunhado de passeio, como está excelentemente marcado dá para ser feito sem guia.

Isto equivale a dizer que a regra geral é "tudo a abrir até ao fim".

Ao contrário do ano anterior em que a exigência técnica era baixa o deste ano tinha desafios (e armadilhas) de sobra. O equilíbrio entre o "desafiante" e o perigoso é ténue. Infelizmente vi gente cair de forma assustadora mas aparentemente terá sido só "chapa e pintura".

Enfim... era um percurso para pessoal mais maduro e com bicicletas à altura.

Para mim começou mal. O pulsómetro não funcionava mas o pior é que não sei como nem porquê tinha um elo preso que saltava nas mudanças. Tentei intervir via afinador do manípulo XO mas o problema era realmente outro e tive mesmo que parar perdendo as rodas do restrito primeiro grupo no processo. Resolvido o assunto, sobrou para as mudanças devido a ter "inventado" demasiado com o tal afinador.

Só lá para o km 10 dos 36 que teve o passeio é que atinei finalmente com as mudanças. E se elas faziam falta. Era cada rampa que assustava e sempre recheada de pedras, degraus, areia e valas. As descidas vertiginosas juncadas de obstáculos de respeito também se sucediam.

A Blur XC estava no seu meio e devorava os obstáculos nas subidas com uma facilidade incrível. A descer tinha que ter paciência com o seu dono que decididamente não tem jeito para isso. Todavia dada a situação "tipo prova" o convite para esticar os limites estava bem presente e, para grande surpresa minha, nunca estive sequer perto de cair.

Entretanto aconteceu-me uma coisa única. Apesar de ter que se dar o desconto por estar ainda a recuperar lugares depois da avaria, pela primeira vez na vida entrei numa descida com um grupo e, no final, em vez de ter sido ser largado para trás fui largado para a frente e saí com uns bons 10/20 segundos de vantagem.

Grande Blur XC que até as insuficiências do dono disfarças.

Outro aspecto de destaque foi o facto de ter chegado ao fim com sensações físicas bem diferentes do habitual. Recordo que antes fazia provas em rígida.

Não estou propriamente num apuro de forma e notou-se bem porque a partir do km 25 nas subidas a caimbra era uma ameaça real. Tentei minimizar o problema com um gel energético que claramente teve efeitos positivos e lá consegui acabar a bom ritmo. Fiz 2:09 mas que na prática eram 2:05 porque perdi cerca de 4 minutos nas reparações.

Cheguei portanto ao fim com as pernas muito moídas. Mas muito interessante mesmo era que a dor nas costas e braços que tipicamente me acompanhavam nesses momentos de fim de prova nem sequer andavam por perto. Isto apesar da verdadeira tortura que tanta pedra proporcionou.

Saturday, August 11, 2007

500 km depois, o que correu pior...

500Kms depois...


Recordemos alguma informação e caracterizemos o teste.

Santa Cruz Blur XC
Ano: 2007
Cor: Preto Anodizado
Sistema de suspensão: VPP – Virtual Pivot Point
Amortecedor: Fox Float RP23
Tamanho: L
Início do teste: 1 de Julho de 2007
Final do teste: 05 de Agosto de 2007

Peso Total: 10924

Locais: Ericeira, Monsanto, Serra de Sintra e Nisa

Após 500kms chega a hora de fazer um pequeno balanço sobre a bicicleta e respectivo comportamento.

A forma mais fácil de abordar o assunto parece-me ser o destaque dos pontos mais relevantes dividindo-os em positivos e negativos. Comecemos então pelo pior.

 Pneus
Se tivesse que referir qual a componente que me deu mais dores de cabeça falaria logo nos pneus Schwalbe Nobby Nic 2.1.

Há três aspectos bastante negativos:
• fraquíssima resistência aos furos (7 furos em 500kms é muito),
• falta de aderência do pneu da frente em curva com terreno solto e
• desgaste muito rápido.

Não me alongando demasiado diria que confirmei que o problema dos furos não era das câmaras porque montei a roda de trás com uma câmara bem mais resistente e mesmo assim acabou furada rapidamente. Todos os furos resultaram de perfuração do pneu. Usei pressões entre 40 e 45psi.

Quanto à falta de aderência à frente, por várias vezes estive perto da queda mas felizmente acabei por evitar sempre o pior. Obviamente que paguei caro na curva seguinte ao ver-me obrigado a descrevê-la mais devagar. Parece-me que a densidade e forma dos tacos não é lá muito favorável. Sou uma desgraça a curvar mas não é com estes pneus que consigo disfarçar mais ou menos esse facto.

Relativamente ao desgaste, os tacos laterais já estão bastante “comidos” na parte interior e duvido que durem muito mais do que outros 500kms. 1000 kms para uns pneus tão caros é um pouco puxado. A quantidade de alcatrão que tenho feito não deve chegar aos 10/15% por isso o problema é mesmo da qualidade da borracha.

Soluções: para os furos parece-me evidente que uma montagem sem câmara em muito favorecerá este ponto. Os furos eram sempre lentos e qualquer selante mediano daria conta deles. A falta de aderência à frente também poderá eventualmente beneficiar da montagem sem câmara dado que esta via permite que o pneu acompanhe mais de perto o terreno aumentando por conseguinte a qualidade do contacto. Também vou experimentar montar o pneu no sentido contrário para ver se extraio alguma vantagem nisso. Quanto ao desgaste nada a fazer senão chorar o avultado custo deste modelo.

Concluo dizendo que, compensando estes pontos negativos, os pneus apresentam pelo menos duas características de pura excelência:
• a aderência em situações de travagem ou procura de tracção para progredir é absolutamente indescritível face às experiências anteriores com outros modelos e marcas;
• 460/480 gramas para um pneu 2.1 com tacos com um relevo já significativo é algo excepcional.


 Altura do eixo da pedaleira

O quadro Blur XC vem referido como tendo uma altura de eixo da pedaleira nos 32,5 cms. Retirem-se 11,5cms do curso da suspensão, cerca de 19,5cms do comprimento do conjunto dos pedaleiros, pedais e relevo dos sapatos e fica-se com menos de uns míseros 2cms entre a parte inferior do pedal e o chão. Aparentemente não deveria ser problema porque raramente se esgota o curso traseiro mas o que é certo é que nestes 500kms bati com um pedal no chão por 3 vezes.

Basta uma pequena irregularidade, uma ligeira inclinação na bicicleta ou ter uma pedalada em que se leva o sapato com algum um ângulo na extremidade inferior para se “comerem” os 2cms de folga. E atenção que os eggbeater da CrankBrothers são conhecidos pelo seu baixo perfil. Com outros pedais mais “grossos” ainda seria pior. Tenho receio de partir um pedal em mil bocados num destes dias.

Para minimizar o problema pode-se por mais pressão no amortecedor mas isso compromete o conforto e principalmente o próprio funcionamento do VPP no anular das forças de pedalada porque depende em muito do Sag utilizado. Por outras palavras, em situações em que previsivelmente se vai consumir grande parte do curso (nas três ocasiões aconteceu-me sempre a rolar a grande velocidade ao passar em valas fundas e largas) toca a parar de pedalar e a meter os cranks bem na horizontal.

Estranhamente a altura do eixo pedaleiro é a mesma nos tamanhos M e L. Penso que a Santa Cruz deveria analisar esta questão e, no modelo L, tentar subir o eixo de pedaleira mais 5 a 10mm. O facto da suspensão traseira ter 115mm de curso e não 100 como a da frente, deveria dar margem para alterar este parâmetro sem comprometer demasiado a restante geometria. Desconfio que os triângulos traseiros são iguais nos dois modelos daí esta "coincidência".


 Impactos da corrente e dos cabos contra o quadro
A posição das escoras do lado direito não é nada amiga da respectiva pintura. As chicotadas de corrente são uma constante nesta bicicleta mesmo tendo um desviador SRAM X9 e não um Shimano que, como se sabe, tem os seus XT e XTR debaixo de muita crítica neste domínio. Houve por isso que proteger bem as escoras mas mesmo assim, em terrenos mais irregulares, sentem-se fortes pancadas da corrente. A passagem dos cabos também não é das melhores e, em alguns pontos, há que protejer bem o quadro antes que a pintura sofra.


 Ruídos nos cabos Nokon
Estes cabos são excelentes para garantir uma solução de atrito mínimo com baixo peso mas, ao serem constituídos por dezenas de elementos independentes encaixados uns nos outros, acabam por ranger com as naturais vibrações da bicicleta criando mais uma fonte de ruído.


 Dificuldades em sangrar adequadamente os travões Magura Marta SL
Os travões Magura Marta SL têm uma solução de manutenção muito pouco “limpa”. Em vez de possuir dois pontos de purga, o acesso ao líquido obriga a abrir a tampa do depósito junto ao manípulo. Ora isso faz com que seja particularmente cansativo fazer circular o respectivo óleo mineral no circuito de travagem porque é muitíssimo fácil que ele transborde e há que estar constantemente a recolhê-lo com uma segunda seringa.

Isso obriga a ser muito suave na injecção do fluido tornado mais difícil fazer sair as bolhas de ar mais teimosas. Felizmente que, após terminados os difíceis trabalhos de purga, podemos contar com um travão muitíssimo eficaz e facilmente doseável que em muito contribui para a segurança em velocidades mais elevadas.



 Montagem dos apertos de roda Tune
Os apertos Tune pesam os dois 52 gramas exactos. Em conjunto pesam menos do que o “levíssimo” aperto traseiro das rodas Mavic CrossMax SLR. Agora o seu estilo minimalista obriga a que a alavanca não tenha batente interno. O que significa isto? Significa que as alavancas em vez de rodarem sobre o eixo 180 graus como as clássicas conseguem fazer a volta completa. Isso significa abrirem se ultrapassarem os 90 graus. Torna-se por isso obrigatório que o aperto seja feito de modo que o topo da alavanca fique encostado ao quadro ou à perna da suspensão. Se o quadro tem uma zona ideal para o fazer já do lado da suspensão a conversa é outra. Não deixo de pensar que num belo dia durante uma descida feita “à bruta” haverá uma rocha ou um pau que se conseguem enfiar entre a alavanca do aperto e a perna da suspensão forçando a abertura daquele com consequências catastróficas. Na foto é visível um rectângulo de fita cola no ponto onde o aperto tem que contactar a perna da suspensão. Obviamente que serve para protejer a pintura que de outro modo poderia ficar riscada.

Friday, August 3, 2007

(Fraca) Estreia em competição

Nisa - XC - Classe de Promoção - 29 de Julho
Temperatura: para aí 35 a 40 graus... A máxima desse dia andou pelos 42/43.

Prova toda feita com o Propedal fechado em posição 3 (a mais "dura"). No fim verifiquei que só utilizei metade do curso traseiro. O percurso tinha exigência técnica próxima de zero por isso a Reba também só era aberta nas duas descidas mais íngremes. O pior que havia eram uns calhaus soltos e muitas depressões das saudosas poças de inverno.

Levei dois clicks a mais no rebound o que se revelou perfeito para esse terreno. Muitos momentos houve em que não se via o dito cujo terreno tal era a poeirada.

Primeiros 15 minutos a rolar nas rodas do grupo da frente (médias próximas de 35km/h , grandes malucos). Isto feito dentro de alguns limites de conforto físico. Era incrível a quantidade de pó que o grupo levantava (seriam 15 a 20). Muitas vezes as trajectórias eram decididas por instinto porque mal se via a roda do ciclista da frente.

Espantosamente, a descer aguentava-me o que para mim é completa novidade (com a rígida perderia logo as rodas). Descolei obviamente na primeira subida digna desse nome e continuei bem começando mesmo a passar aquele pessoal que se estica sempre nas saídas e depois paga com juros.

Mas pouco depois os 30 e muitos graus que se faziam sentir, de repente e sem aviso, decidiram dar-me com uma marreta na cabeça que me começou a doer fortemente e o resto foi a diesel. É o que dá treinar sempre de madrugada pela fresca...

Para a festa ser completa, perdi-me a pouco mais de um km de cortar a meta porque aquele pessoal parece que gosta de poupar nas placas de sinalização (aliás para encontrar o local da prova já foi uma aventura). Decidi desistir.

Fiz 25 minutos na primeira volta mesmo tendo baixado o ritmo no último terço. Penso que o vencedor marcou 49:20 ou 49:40 pelo que se pode dizer que a prestação física nem foi demasiado má.

Pelo menos não cai nem furei. O Nobby Nic da frente limitou-me em curva sem no entanto causar embaraços de maior.

A parte mais engraçada aconteceu nas longas rectas feitas a 35km/h ou mais em grupo compacto. A percentagem de bicicletas rígidas no grupo era enorme e era muito difícil ver o terreno. A consequência era que a cada buraco havia desgraçados que devido à velocidade enorme quase que eram "ejectados" pelo selim enquanto eu me desviava deles tranquilamente a pedalar sentado. Depois era vê-los a penar para recuperar o ritmo de novo.

Enfim... A bicicleta passou no teste com distinção. O ciclista chubou!