Friday, November 7, 2008

Barreiro - XC no seu melhor



No passado dia 26 de Outubro participei no XC do Barreiro.




A organização, além de nos presentear com um circuito de cross-country clássico com uma boa quantidade de desafios técnicos mas sem demasiados riscos, também fez questão de nos atirar para um sobe e desce constante como nós tanto gostamos.




Como se não bastasse, organizaram-se as coisa por escalão para aumentar a competitividade.




No meu caso, fui parar aos veteranos B+ o que é o mesmo que dizer os velhotes dos 40 aos 100.




Não treino desde o final de Agosto e a coisa prometia doer.




A partida foi dada e fui logo esmagado por 4 audazes sprinters que quase desapareceram estradão fora. Chegado ao primeiro single, comecei a recuperar terreno e lá consegui passar um deles. Mais à frente outro e finalmente mais um. Estava então em segundo e decidi atacar logo forte para meter aqueles 10/20 metrinhos psicológicos que normalmente fazem o adversário recem ultrapassado levantar o pé.




Por outro lado o primeiro não estava assim tão longe e havia que meter pernas à obra até porque fiquei com a sensação que ia ser um ossinho bem duro de roer.




Ataquei como disse só que a descer. Erro!!!




Mais do que penalizar o esforço físico a falta de treino é nefasta para a técnica. Perdem-se automatismos, tempos de reacção, leituras da bicicleta e do terreno e o inevitável aconteceu:


travagem de recurso, resvalanço de roda da frente e consequente finalização da descida a fazer ski sobre o lado esquerdo levantando uma fotogénica poeirada.




Tirando o braço que sangrava e a anca que doia pareceu-me tudo benzinho e saltei logo para cima da bicicleta a tempo de só perder um lugar mas seguir colado ao segundo.




Um pouco mais à frente acontece uma daquelas coisas que raramente acontecem aos outros: o que seguia em primeiro tem uma avaria e eu vejo-me em segundo a rolar com o primeiro mas com a nítida sensação que estava um bocadinho mais forte do que ele.




Depois duma conversinha a confirmar a posição decidimos abrandar o andamento para conservar energias ficando a decisão para a última volta. O terceiro não estava à vista por isso as coisas não pareciam difíceis desde que não houvesse avarias ou quedas.




Comandei as operações impondo um ritmo forte mas contido sem grandes preocupações de olhar para trás e de repente vejo-me sozinho. Vim depois a saber que o meu adversário partiu a corrente.




Tudo parecia resolvido. Agora basta não cometer erros e ir pedalando.




Mas nestas coisa há sempre uma surpresa final... Neste caso comecei a sentir a roda de trás muito solta. Estou furado, pensei... De qualquer modo parece que tenho algum ar por isso vou defender-me até onde puder e faço o resto a correr.




O circuito era curtinho mas nunca mais acabava. A subir não tinha aderência por me ir a apoiar na roda da frente para poupar ar. A descer tinha que ir com mil cuidados.




Finalmente lá cheguei à última subida que decidi fazer a pé para evitar surpresas.




A acolhedora meta chegou logo a seguir.




Verificado o "furo" vim a saber que se tratava duma consequência da queda. O aperto da roda de trás estava ligeiramente solto dando a sensação permanente da roda traseira a derrapar.




É o que dá usar apertos destes principalmente não os apertar suficientemente depois de montar as rodas. Se ele estivesse no seu lugar e apertado como deve ser, na queda não se teria movido.




Enfim... felizmente não teve influência no resultado, como se diz no futebol...


A falta de treino resultou numa pulsação média inacreditável de 179 batimentos por minuto com uma máxima de 192. Com outra condição o normal seria ter os limites 5 a 6 batimentos abaixo.

A velocidade média foi de 17 km/h.

De volta... passados 5 meses!!!!!

Com a excitação das 24 horas acabei por não conseguir dar continuidade aos posts que tinha iniciado.



A prova correu bem. O ambiente circundante é excepcional.



A equipa esteve bem. Rodou-se numa base de duas voltas a cada um mas à noite passou-se a 3 para o Gonçalo poder dormir. O Gonçalo tem 16 anos e foi vice-campeão nacional de cadetes em ciclismo de estrada e achou-se por bem deixá-lo descansar.



3 voltas à noite são uma violência quando se anda um bocadinho no limite mas lá nos aguentamos.

As luzes são absolutamente críticas para o sucesso das "passeatas" noturnas e as Lupine Nightmare que levei serviram na perfeição se bem que a luz é como dizem do dinheiro: nunca temos suficiente...



No final ficamos em 11.º em equipas de 4 o que se traduziu num 8.º lugar em masculinos. Havia 3 equipas mais rápidas do que nós que tinham senhoras...



A fórmula utilizada pareceu boa embora seja nítido que se fosse possível manter a dose de 2 voltas por cabeça também de noite seria bem mais fácil. Nas últimas voltinhas, com o desgaste talvez não fosse má ideia rodar a uma volta.



Quanto a performances, consegui fazer duas voltas seguidas abaixo de 36 minutos o que deu uma média marginalmente superior a 20,5 km/h, ultrapassando as minhas melhores expectativas dada a dificuldade do terreno e o facto de nos singles nem sempre ser possível ultrapassar os mais lentos sem perder tempo.



A bicicleta parecia talhada para aquilo. O baixo peso ajudava quer a subir quer a serpentear pelos singles disfarçando a minha inabilidade mesmo naquele local onde praticamente conheço todos os calhaus, raízes, valas, etc...



Por outro lado o conforto proporcionado pelas suspensões não deixou que o cansaço físico se instalasse sob a forma de dores que não nas pobres das pernas.



Enfim... foi do melhor que fiz em BTT quer no gozo que o evento me deu quer na performance que, apesar da forma não ser por aí além, até se pode dizer que foi razoável para a idade... :-)



Termino com um agradecimento ao Bruno Vaz, ao Gonçalo e ao Manuel Rodrigues pelo excelente convívio e espírito de luta que puseram na prova.



Nunca esquecerei aqueles dois dias loucos...


Thursday, June 5, 2008

24 horas de Monsanto (Parte 3)

Um dos assuntos que mais dúvidas provoca é qual deverá ser o escalonamento da equipa.

Sabendo que tem que estar sempre um elemento a rolar e que as substituições só podem ocorrer na meta, qual o número ideal de voltas que cada um deve dar?

É melhor tentar fazer o esforço todo seguido ou reparti-lo pela menor unidade possível?

Tudo indica que vamos adoptar uma tática base em que os elementos de 1 a 4 entrarão em acção em sequência a cada duas voltas. O percurso deve demorar entre 35 e 45 minutos a ser percorrido dependendo do elemento da equipa por isso as duas voltas parecem-nos o ideal. No final cada um deverá ter feito 4 a 5 entradas.

Estamos a apontar para algo como 1, 1, 2, 2, 3, 3, 4, 4, 1, 1, 2, 2, 3, 3, 4, 4, etc...

Durante a noite pode-se pensar am fazer 1, 1, 1, 2, 2, 2, 3, 3, 3, 4, 4, 4 porque assim cada um poderá descansar próximo de 6 horas.

Wednesday, June 4, 2008

24 horas de Monsanto (Parte 2)

Continua a aproximação à prova. A minha equipa é a 4-092.

A primeira grande preocupação, a iluminação, está resolvida.

Comprei uma luz Sigma Powerled Black Pro.

Custou próximo de 100 eur na Bicioeste, Ericeira e revelou-se perfeita.

Dá próximo do dobro da luz das Sigma Evo e Evo X e durou num teste que fiz em casa algo em torno de 3 horas e 20. O carregamento que se seguiu ficou em pouco menos de duas horas.

No terreno, quando bem apontada dá perfeitamente para as encomendas.

Já a testei noite escura no circuito do ano passado e apenas no último single-track, na fase de descida, há que ter algum cuidado porque nas curvas perde-se um pouco a noção do terreno.

No primeiro single, a seguir à subida mais inclinada do circuito, nas curvas fica-se praticamente sem ver nada mas, como é uma zona de menor velocidade, o problema é mais gerível.

De resto passou com distinção.

Na descida que se segue à escadaria do restaurante Luneta do Panças, que é algo inclinada e ficou mais perigosa depois do inverno, consegui ter segurança suficiente para a fazer praticamente a uma velocidade diurna.

Vou tentar ir lá amanhã outra vez para ganhar mais prática. Ontem caí duas vezes, felizmente sem gravidade, porque em recta a luz dá confiança a mais.

Tenho que adaptar a pilotagem à noite o que só se consegue com prática.

Estou a pensar em usar uma iluminação auxiliar no capacete para não ficar "no escuro" nos singles mais sinuosos.

Sunday, May 25, 2008

24 horas de Monsanto (Parte 1)

Aproximam-se as 24 horas de Monsanto onde irei participar numa equipa de 4 elementos.



As necessidades de preparação logística neste tipo de evento são enormes e, como é a primeira vez, o mais provável é que se cometam muitos erros.



O treino não tem sido muito. Infelizmente pouco ou nada pude modificar relativamente às 3/4 sessões curtíssimas semanais que tenho vindo a fazer. Depois como a base é pouca também não se faz intensidade.



Enfim... a coisa promete e até dia 14 de Junho já pouco há a acrescentar.



Vou tentar no dia 1 fazer a Maratona das Lezírias a 120% para procurar fazer um treino de choque que, atendendo às amostras anteriores, tem sempre excelentes consequências na minha condição.

Saturday, May 24, 2008

Novos rotores


Um sulco bem fundo no rotor da frente (Magura Marta SL) e uma encomenda de selante para pneus e outros materiais levaram-me a antecipar a aquisição de novos discos.

Tendo por referência uma solução apresentada pelo Vitor Rodrigues, a referência nacional no que toca a técnica e mecânica, optei por uns levíssimos e exclusivíssimos Hope Mono Mini Pro que com os seu peso em torno de 80g me levaram mais 56 gramas da bicicleta.

A montagem causou-me dois problemas:
1 - os parafusos que fixam os rotores são de titânio material muitíssimo fácil de "moer" quando manipulado; infelizmente acabei por destruir um deles mas (nem tudo é mau) precisamente no aperto final a 6/8 Nm.

2 - os rebites que fixam a parte central do disco (em alumínio) à parte periférica (em aço) têm um perfil que por muito pouco não toca na caixa das pinças do travão coisa que se ultrapassou ajustando os espaçadores.



Quanto à estética, os rotores Hope são para mim mais interessantes que os Magura apesar destes últimos já serem do mais bonito que há; a cor da zona nuclear é muito semelhante à do pedaleiro XTR que fica a uma distância parecida do chão. A bicicleta ganha uma coerência cromática naquela zona que muito a favorece. Também o ultra-rendilhado da parte em aço cria uma linguagem de compexidade que casa muito bem com a simplicidade despida das rodas DT.


Teste

Se uma das vantagens dos travões de disco é o de funcionarem bem em condições extremas então tive bastante sorte nesta fase de teste inicial. Lama e chuva têm sido uma constante.

As primeiras impressões foram de perda de potência face à solução anterior.
No entanto, passada a fase de adaptação das pastilhas, agora parece-me perfeitamente ao nível da travagem proporcionada pelos rotores de origem que, diga-se, até são mais caros.
Um detalhe menos interessante é a tendência para estes rotores ganharem ferrugem na zona interior dos rendilhados. Em princípio não afectará o comportamento mas era de esperar um melhor comportamento de material tão exclusivo.

Friday, May 9, 2008

Luxo (ou talvez não)

A cassette que montei originalmente, depois de 2000kms e duas correntes, apesar de ainda não ter dado problemas, já evidenciava algum desgaste.


Perdi a cabeça e aproveitei uma promoção na net e atirei-me de cabeça a uma XTR.


Contava montá-la em conjunto com uma nova corrente mas, infelizmente, os senhores da SRAM em Portugal, além permitirem que as lojas pratiquem preços que muitas vezes ultrapassam em mais de 30% o que se encontra na net, continuam a gerir stocks no limite. Resultado a 991 hollowpin, a minha corrente de eleição, está esgotada há umas boas semanas.


Enfim...


Voltando à cassette XTR e aos seus 224 gramas (menos 50g que a SRAM vermelhinha) em 11-32 incluíndo aperto, diga-se que fica uns bons furos à frente do topo de gama da SRAM em suavidade e precisão das passagens. É a tal ponto que há passagens para baixo que, mesmo em carga, não se notam enquanto não se volta a fazer alguma força nos pedais. Já dei por mim a olhar para a cassette para me certificar que a mudança tinha mesmo passado.

Por outras palavras: as passagens na SRAM fazem "TAC" enquanto na Shimano fazem "tic".

Thursday, April 10, 2008

Grândola

No dia 30 de Março passado participei no mítico G100.

Foi um desafio único quer pela distância, que era superior ao dobro que estou habituado a fazer, quer pelo facto de ter deixado de treinar em Outubro. Para piorar as coisas raramente ando de bicicleta mais de 1:30 e paguei bem caro pelo facto com caimbras bem fortes a parti dos 55kms.

Na contabilidade final fiquei em 53.º (a minha pior classificação de sempre em BTT) com 4 horas e 53 minutos. No entanto, fiquei muito contente com a prestação e francamente impressionado com a bicicleta que, apesar de ter levado com mais de 1o travessias de ribeiras e lama em quantidade, esteve sempre ao seu melhor nível até ao final.

Apenas o pneu da frente me de alguma insegurança mas o facto é que está pronto para a reforma depois de tantos quilómetros.

Faltou só dizer que a Serra de Grândola é dos melhores locais que conheço para andar de BTT.


Sunday, March 23, 2008

Últimas Evoluções

A bicicleta aproxima-se a passos largos da configuração óptima que idealizei.
Entraram duas componentes há muito esperadas, ficando a faltar a última, que no entanto já está na gaveta à espera da data da instalação lá mais para o verão.

Desviador SRAM X0 de caixa média
Diga-se antes de mais que entretanto teve que levar um par de pulleys novos porque, sabe-se lá como, arranjei maneira de partir 3 dentes a um dos originais.
Os pulleys são da KCNC numa cor vermelha relativamente discreta e parecem ter melhorarado o funcionamento porque as mudanças estão a passar logo ao primeiro “puxar de cabo”. Relativamente ao X9 de caixa longa que lá estava antes, ganhei algo em torno de 40 gramas.

Suspensão Fox F100 RLC
Depois de muita hesitação, acabei por optar por ficar com a Fox em sunstituição da Reba.
A Reba tem mais curso útil? Sim.
A Reba tem um bloqueio disponível ao contrário da Fox que tem mais um bloqueio semi-disponível? Sim.
A Reba tem 100mm de curso ao contrário da Fox que parece só ter 90 e poucos realmente utilizáveis? Sim.
A Fox obriga a um sag maior baixando por isso a frente da bicicleta deforma a torná-la menos manobrável em descidas inclinadas.
Então porquê a Fox? Porque tem um funcionamento significativamente melhor nos primeiros três quartos do curso, porque é incrivelmente rígida sendo ligeiramente mais leve e principalmente porque o ciclista que a vai utilizar cada vez tem menos tempo para treinar e vontade de sofrer em competição. Por outro lado, como foi pintada de preto, já nem o problema estético se coloca. O ganho de peso, já agora foi em torno de 60 gramas.

Cassette XTR
Como vou ter que mudar de cassette brevemente, aproveitei uma oportunidade e comprei uma XTR 11-32 por um bom preço. Tem menos 50 gramas que a SRAM topo de gama que tenho hoje em dia. Lá para Junho tenciono mudar de corrente e nessa altura entrará a nova cassette. Quem conhece a SRAM e a XTR tende a dizer melhor da segunda delas. Logo veremos quem tem razão.

Resumindo, consegui emagrecer a bicicleta cerca de 150 gramas com algum ganho de funcionamento e sempre usando soluções bastante mais baratas do que o esperado (desviador e suspensão do Ebay e cassette do Fizzbikes).

O próximo “problema” vai ser decidir se me mantenho fiel aos pneus actuais Schwalbe Nobby Nic ou se aposto noutra solução.Os candidatos principais são os Specialized Sauser Wind e os Continental Explorer Supersonic ambos em versão kevlar para montar sem câmara claro.

Mais lá para a frente talvez invista num guiador um bocadinho mais alto sendo o Syntace Vector Low Rise um óbvio candidato. Mesmo depois de cortado, vai-me deixar a bicicleta mais pesada cerca de 40/45 gramas mas o genho de segurança a descer deverá compensar a muito ligeira perda a subir (será que 45 gramas a mais dão para perder mais de 5 segundos numa meia maratona???).

Thursday, January 17, 2008

Foto

Reparei que tenho colocado poucas fotos da menina propriamente dita.

Aqui vai uma tirada a seguir ao banho...

Hoje em dia o desviador já é um XO. Neste momento a suspensão que tem montada é a que está na fotografia mas recentemente foi a Fox que lá esteve.

Saturday, January 12, 2008

Pneus - hora de decisões

Os pneus são um ponto chave da BTT muitas vezes ignorado.

Quando as coisas correm normalmente, os dois pneus são o interface entre o solo e a bicicleta. Quando assim não é a manobra em causa até tem um nome: queda!

Também são a parte da bicicleta que está mais abaixo e, tirando os momentos em que se utilizam mudanças obscenamente leves, é a única parte que rola à velocidade da própria máquina.

Estando no ponto mais baixo são portanto pau para toda a obra: A eles pede-se o impossível. Queremos aderência mas ao mesmo tempo baixa resistência ao rolamento. Queremos capacidade de deformação mas predictibilidade. Queremos baixo peso mas durabilidade. Queremos resistência aos furos mas pouca borracha. Queremos bom comportamento em lama mas tambem em seco, etc... etc...

Complicado? Muito! Mas ao mesmo tempo não nos podemos esquecer que, pela sua faceta de suportarem o contacto com o solo, acabam por ter uma influência enorme no comportamento dinâmico sendo todavia uma das componentes mais baratas que temos nas bicicletas. Aqui conseguimos conciliar o irreconciliável. Podemos ter a melhor performance a um custo sempre suportável quando comparado com outros...

O maior problema que os pneus têm para mim é a dificuldade de escolha principalmente porque há que conciliar inúmeros factores. 95% ou mais dos ciclistas (mesmo os mais regulares) não andam a mudar de pneus em função do percurso que pretendem fazer.

Como se deve escolher um pneu partindo do princípio que o iremos usar para todas as condições possíveis?

Para começar há que fechar o âmbito. Se tenho uma bicicleta com 150mm de curso e gosto de descer à bruta não vou obviamente comprar um pneu de 1.9 com tacos baixos mesmo que saiba que de vez em quando uso a bicicleta para passeatas em estradões planos com o pessoal amigo. No meu caso, tenho uma bicicleta com 115mm de curso, faço algumas voltas em zonas com bastante calhau e constante sobe-e-desce, sou fraquinho a descer e frequento algumas provas tipo meia-maratona. Cedo entendi que tinha que escolher algo leve, aderente e com uma secção relativamente generosa que me perdoe a falta de técnica.

Depois de muito ler sobre o assunto optei por uns Schwalbe Nobby Nic em 2.1. Gosto deles? Sim! Para mim só têm três defeitos: comportamento pouco franco da roda da frente em curva, flancos pouco resistentes a rasgões e muitíssima tendência para furos. As vantagens do lado da aderência, peso e capacidade de rolamento no entanto mais do que compensam os defeitos principalmente com uma montagem sem câmara a baixa pressão que além de resolver o tal tema dos furos quase elimina o primeiro defeito ao mesmo tempo amplificando todas as qualidades referidas.

Será que haveria melhor? Muito provavelmente mas como não experimentei outros não estou certo disso.

Qual a melhor forma de nos assegurarmos de que escolhemos a combinação certa (repare-se que o da frente pode, e em alguns casos deve, ser diferente do de trás).

Em primeiro lugar há que fazer uma lista de modelos que se nos adaptem. Depois é reduzi-la com base em factores controláveis sem testar como o peso e a capacidade deles para serem montados sem câmara (este aspecto é muito relevante porque não tenho dúvidas em afirmar que uma montagem sem câmara é melhor em 99% dos casos).

Reduzida a lista, o que se deve fazer é procurar análises desinteressadas na net e revistas credíveis. A tática que uso é não considerar nunca as qualificações das revistas que fazem um "teste" a um produto e depois têm a distinta lata de colocar quase na mesma página um anúncio dessa marca. Ignoro também aqueles comentários do Sr. que acabou de comprar um produto e publica uma opinião elogiosa dizendo no fundo "vejam só a última maravilha que eu comprei".

Vou é à procura dos insatisfeitos. "O pneu andou 300km e estava gasto". "Furei uma em cada duas voltas". "Chego às curvas e a bicicleta segue a direito". "Nas subidas inclinadas e com pouca aderência a roda patina mesmo com o pneu comprado ontem", etc... É neste muro de lamentações que se vê quais os reais defeitos do pneu e se são controláveis ou aceitáveis para nós. Por omissão também se descobrem as qualidades principalmente se for um pneu muito vendido.

O objectivo é sempre reduzir mais a lista. Chegados a dois ou três modelos, há que bater a portas conhecidas para se tentar testar o que se conseguir. Atenção que o processo pode ser penoso porque a melhor forma de o fazer passa por montar o pneu ou pneus na nossa própria bicicleta. Se for sem câmara então é duríssimo por isso convém que a lista seja de facto o mais reduzida possível.

Depois há que estar preparado para errar. Se não tiver hipóteses de testar nenhum modelo de jeito e optei pelo primeiro da tal lista, tenho que pensar que o dinheiro investido não terá sido todo em vão como veremos abaixo. Se ficar desiludido, passo ao segundo da lista e assim sucessivamente dentro do suportável. Convirá relembrar que são o componente que tem a relação comportamento da bicicleta/custo mais favorável mas, como o dinheiro também não estica, há pelo menos duas boas soluções seguras:

1 - se tenho um amigo que só usa Maxxis Larsen TT em 2.0 e eu acho que é o ideal para mim posso propor comprar os pneus mas depois de andar umas dezenas de kms, caso não goste, ele ficará com eles para a próxima vez que mude sendo, nesse caso, acordado um pequeno desconto para que também fique satisfeito.

2 - no caso de se desistir de um determinado pneu o melhor é desmontá-lo mesmo antes de lhe dar uso excessivo, limpá-lo bem e publicar de imediato um anúncio num desses fóruns a vendê-lo com um desconto considerável face ao custo de loja. Convém nesse caso conservar a factura para que o comprador saiba com todo o rigor quando foi comprado.

Enfim... se tivermos algum cuidado, penso que não é assim tão difícil maximizar as possibilidades de se escolher o pneu ideal para nós.

Com o evidente desgaste que os meus pneus já mostram, começa-se a aproximar portanto o momento de mudar.

Mais do mesmo ou novidade, logo se verá...

Wednesday, January 9, 2008

Desafio...

Como o treino tem sido abaixo de zero, decidi tentar fazer uma prova de 80km para ver se espevito a motivação.

www.maratonabttmondego.blogspot.com/

O máximo de distância que fiz em prova não chega aos 50km por isso vai ser assustador atirar-me a esta distância.

Vale-me o facto de já conhecer a primeira parte que fiz no ano passado. Bastante durinha, diga-se. Um sobe e desce constante com pisos nem sempre muito acessíveis.
Infelizmente perdi-me e consequentemente desci cerca de 10 lugares terminando em 18.º.

Comecei a tentar treinar diariamente embora por períodos ridiculamente curtos (em torno de 30 minutos). Trata-se de tentar diminuir o tamanho do empeno e pouco mais...

Entretanto comprei um Camelbak porque aquilo vai exigir muito fluído...

Monday, January 7, 2008

Suspense...

Na volta que fiz ontem finalmente consegui fazer 90mm na Fox Float 100RLC mas foi preciso atirá-la para uma vala a 40 km/h... Ainda faltam mais 10mm. Como ela é tudo menos linear não basta atirá-la para a mesma vala a 80km/h! Vou assumir que o curso real é 95mm no máximo.

O ideal era ficar com as duas. A Fox era para a passeata e provas com poucas variações de inclinação (ou planas ou então subidas e descidas longas). A RockShox para XC e terrenos mais variáveis...

De qualquer modo com a Fox a frente fica-me excessivamente baixa e não é raro que a suposta maior estabilidade a descer se transforme em insegurança. Dou comigo de braços esticados e com o peito quase encostado ao selim demasiadas vezes... Provavelmente resolvia-se o problema com uma mudança para um guiador sobre-elevado. Enfim... Eram pelo menos mais 70 gramas por isso o ganho de peso da Fox ia todo embora...

Vou tentar montar a RockShox outra vez e dar-lhe uso no próximo fim de semana. Se notar uma perda de sensibilidade muito grande talvez fique com a Fox. Cada vez serão menos as competições que farei por isso não vale a pena estar para aqui com grandes exigências... Hoje em dia quero conforto e acima de tudo não cair...

Por isso no dia 14 de Janeiro vou colocar uma delas à venda! RockShox ou Fox, eis a questão...

Depois, pode ser que a DT Swiss venha, lá para 2009, trazer a solução para todos os meus problemas.

Numa só suspensão:
- menos peso,
- um curso totalmente utilizável e um bloqueio remoto como na RockShox e
- a sensibilidade e suavidade lendárias da Fox...