Friday, November 7, 2008

Barreiro - XC no seu melhor



No passado dia 26 de Outubro participei no XC do Barreiro.




A organização, além de nos presentear com um circuito de cross-country clássico com uma boa quantidade de desafios técnicos mas sem demasiados riscos, também fez questão de nos atirar para um sobe e desce constante como nós tanto gostamos.




Como se não bastasse, organizaram-se as coisa por escalão para aumentar a competitividade.




No meu caso, fui parar aos veteranos B+ o que é o mesmo que dizer os velhotes dos 40 aos 100.




Não treino desde o final de Agosto e a coisa prometia doer.




A partida foi dada e fui logo esmagado por 4 audazes sprinters que quase desapareceram estradão fora. Chegado ao primeiro single, comecei a recuperar terreno e lá consegui passar um deles. Mais à frente outro e finalmente mais um. Estava então em segundo e decidi atacar logo forte para meter aqueles 10/20 metrinhos psicológicos que normalmente fazem o adversário recem ultrapassado levantar o pé.




Por outro lado o primeiro não estava assim tão longe e havia que meter pernas à obra até porque fiquei com a sensação que ia ser um ossinho bem duro de roer.




Ataquei como disse só que a descer. Erro!!!




Mais do que penalizar o esforço físico a falta de treino é nefasta para a técnica. Perdem-se automatismos, tempos de reacção, leituras da bicicleta e do terreno e o inevitável aconteceu:


travagem de recurso, resvalanço de roda da frente e consequente finalização da descida a fazer ski sobre o lado esquerdo levantando uma fotogénica poeirada.




Tirando o braço que sangrava e a anca que doia pareceu-me tudo benzinho e saltei logo para cima da bicicleta a tempo de só perder um lugar mas seguir colado ao segundo.




Um pouco mais à frente acontece uma daquelas coisas que raramente acontecem aos outros: o que seguia em primeiro tem uma avaria e eu vejo-me em segundo a rolar com o primeiro mas com a nítida sensação que estava um bocadinho mais forte do que ele.




Depois duma conversinha a confirmar a posição decidimos abrandar o andamento para conservar energias ficando a decisão para a última volta. O terceiro não estava à vista por isso as coisas não pareciam difíceis desde que não houvesse avarias ou quedas.




Comandei as operações impondo um ritmo forte mas contido sem grandes preocupações de olhar para trás e de repente vejo-me sozinho. Vim depois a saber que o meu adversário partiu a corrente.




Tudo parecia resolvido. Agora basta não cometer erros e ir pedalando.




Mas nestas coisa há sempre uma surpresa final... Neste caso comecei a sentir a roda de trás muito solta. Estou furado, pensei... De qualquer modo parece que tenho algum ar por isso vou defender-me até onde puder e faço o resto a correr.




O circuito era curtinho mas nunca mais acabava. A subir não tinha aderência por me ir a apoiar na roda da frente para poupar ar. A descer tinha que ir com mil cuidados.




Finalmente lá cheguei à última subida que decidi fazer a pé para evitar surpresas.




A acolhedora meta chegou logo a seguir.




Verificado o "furo" vim a saber que se tratava duma consequência da queda. O aperto da roda de trás estava ligeiramente solto dando a sensação permanente da roda traseira a derrapar.




É o que dá usar apertos destes principalmente não os apertar suficientemente depois de montar as rodas. Se ele estivesse no seu lugar e apertado como deve ser, na queda não se teria movido.




Enfim... felizmente não teve influência no resultado, como se diz no futebol...


A falta de treino resultou numa pulsação média inacreditável de 179 batimentos por minuto com uma máxima de 192. Com outra condição o normal seria ter os limites 5 a 6 batimentos abaixo.

A velocidade média foi de 17 km/h.

1 comment:

Unknown said...

Antes de mais, Muitos Parabéns pela classificação, mesmo nos Veteranos B+ :D. É sempre um prazer ler este blog, quer pelo bom português que se escreve, quer pelo amor que tens ao btt, especialmente à tua SC. Muito obrigado também, pela partilha de experiências e dificuldades, nas quais revemo-nos várias vezes. Grande abraço.