Tuesday, May 29, 2007

Suspensão total para competir

Em Fevereiro de 1996 comprei a minha primeira e actual BTT.



Uma Specialized Stumpjumper em aço CrMo com forquilha rígida e equipamento de média gama.

A uma fase com alguma intensidade de uso, na qual fui melhorando as suas componentes, seguiu-se um período de praticamente uma década com muitos meses em que a bicicleta raramente saía da garagem.

O ano passado em Março, comecei a treinar com alguma regularidade e aproveitei para participar em algumas provas menores (XC em Promoção e maratonas de meia distância).

Tendo as raizes noutra década, e depois de ter estado por fora das evoluções entretanto ocorridas, fiquei abismado com a quantidade de bicicletas de suspensão total que se encontravam em provas principalmente quando estas eram um pouco mais extensas.

Para mim suspensão total equivalia a descer mais rápido e com mais segurança mas pagando um preço bem elevado: menor eficiência na pedalada, flexão lateral e peso adicional.

Por outras palavras, para os meus objectivos não fazia sentido.

Testei uma Specialized Epic, que supostamente nos consegue dar o melhor dos dois mundos devido ao bloqueio inteligente, e gostei do conforto, fiquei satisfeito com a rigidez lateral mas quanto a subir, pareceu-me ficar bem aquém da sensação de resposta directa da minha rígida até porque a "inteligência" do bloqueio não se faz sentir 100% do tempo.

Não só a penalização do peso foi notória mas também a tracção a pedalar em pé estava bem longe do óptimo.

Seguiu-se uma GT I-Drive em Carbono e aí fez-se alguma luz. Com um peso próximo de 11,4 kg e um amortecedor Fox RP23 com plataforma, posso dizer que respondeu às subidas mais duras bem melhor do que a minha rígida. O teste de fogo foi numa rampa com elevadíssima inclinação e aderência mínima onde frequentemente chegava bem próximo das 180 pulsações. A GT levou-me ao topo da subida sem perdas de tracção, seguramente mais depressa e a uns surpreendentes 170 batimentos por minuto.

Nesse momento soube que a minha próxima bicicleta teria uma suspensão atrás.


A escolha

Comprar essa GT seria o mais óbvio mas queria mais opções e depois de muito pesquisar reduzi a escolha a 5 quadros. Uma coisa era certa: o Fox RP23 teria que fazer parte da solução e assim foi:

a) Yeti ASR-SL - http://www.yeticycles.com/Bikes/BikesASR.cfm

b) Santa Cruz Blur XC - http://www.santacruzbikes.co.uk/bicycles/blurXC.html

c) Rocky Mountain Element 70 - http://www.bikes.com/bikes/2007/element/element-70.aspx

d) GT I-Drive Carbon - http://www.gtbicycles.com/mountain/catalog/detail.php?id=2719&country=usa&brand=moun

e) Turner Nitrous - http://www.turnerbikes.com/2007/nitrous.html

A GT era a mais barata mas fiquei logo mal impressionado com a fraca qualidade do seu site que remete para o país do utilizador mas depois não tem informação útil. Injustificável no século 21 e é um mau indício relativamente ao suporte ao cliente. Além disso:
1 - as outras são mais leves tirando talvez a Rocky Mountain que deve andar pelo mesmo peso;
2 - não gosto muito daquele monocoque compacto que por exemplo nem tem espaço para um bidon e eu não gosto de Camelbacks;
3 - o sistema I-Drive apesar de funcionar muitíssimo bem parece-me excessivamente exposto aos elementos e no meu teste produziu uns ruidos em carga que me sobressaltaram.

Quanto às outras, a inclinação inicial foi para a Yeti mas depois descobri que tem uns pequenos flexores em carbono nas escoras superiores que melhoram substancialmente o funcionamento da suspensão mas que me deixam preocupado quanto à sua longevidade. Trata-se de uma versão minimalista dos sistemas é da Cannondale Scalpel e da Orbea Oiz (baseado não num ponto de rotação mecânico mas na flexibilidade natural do carbono) ficando assim um pequeno pivot auxiliar junto ao eixo da roda traseira.

A Rocky Mountain acabou por ser eliminada por ter uma solução de suspensão demasiado tradicional e porque a geometria do quadro, apesar de ser a mais próxima do meu actual, me pareceu demasiado "puxada à frente" e uma das minhas "especialidades técnicas" é passar por cima do guiador nos drops aterrando de costas no chão. Devido à minha total incompetência técnica sou obrigado a sacrificar alguma eficiência a subir em troca de um pouco menos de insegurança em descidas muito inclinadas.

A Turner era a mais leve e a eficiência das suspensões desenhadas pelo Sr. Paul Turner é verdadeiramente lendária. De todas é a mais virada para a competição pura e dura pelo que tem cerca de 8cm de curso contra os 10 ou mais das restantes. Todavia deparei com um conjunto de posts em pelo menos dois foruns em que os infelizes proprietários se queixavam da fraquíssima resistência do quadro. Como quero uma solução duradora, a Turner ficou fora.

Fiquei assim com a Santa Cruz Blur XC e o muito bem reputado VPP - Virtual Pivot Point. As opiniões sobre a bicicleta são em geral positivas restringindo-se as queixas a dois aspectos particulares: traseira demasiado estreita para determinados pneus (2.2 para cima) e pivots ruidosos (exigência de manutenção demasiado frequente).

Os pneus não serão problema porque dificilmente irei usar algo acima de 2.0 atrás. Quanto à manutenção dos pivots, a Santa Cruz mudou de rolamentos este ano provavelmente para melhorar esse aspecto que seguramente os incomodava porque aparece referido em muitos fóruns de referência.

A encomenda do quadro (em preto anodizado) foi feita no início deste mês. Das restantes componentes falarei brevemente.


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